sábado, 22 de maio de 2010

Patriotismo e velhice


Agora que tudo anda grego com a situação económica, espanta-me o patriotismo de alguns. É um verdadeiro espectáculo de faz de conta.

O PC apresenta uma moção de censura ao governo. Defende a tese que há alternativas à de meter o longo braço do estado nos bolsos de nós todos. Além do que sustenta o Governo e do autor da moção, todos dizem cobras e lagartos, fazem reprovações mas abstêm-se no momento de votar. Afirmam alto e bom som que seria dramático neste momento, tão difícil, o país ficar sem governo.

Ao contrário do que parece não há nenhum patriotismo, nem altruísmo em semelhante atitude. É necessário manter aquela gente do Governo a tostar, (esturrar mesmo), agora que o forno está quentinho, e tem que haver uma politica de mão de ferro e esperemos que não de sangue, pois não sei qual vai ser o impacte social. Como não há mal que sempre dure, logo que haja a mais pequena hipótese de melhoria, vão clamar por eleições e correr com quem nos colocou nesta posição, de cócoras. Exactamente os mesmos que se puseram de quatro no chão, com os olhos na América e rabo alçado voltado para o Europa.

É bom que se saiba que para dançar um tango são precisos dois, a agarrarem-se bem e com elegância quando um dos elementos faz um passe mais difícil e desafia a gravidade (falo da de Newton claro). Hipocrisia e falsidade nada têm com patriotismo, palavra caída em desuso e depurada do glossário político.

A tudo se chega enquanto a vida dura. Jamais julgaria possível pôr-me do lado dum governo e falar de patriotismo. Sintoma sério de velhice, está visto.


Sem comentários: