Fiquei nas costas do tempo,
Sozinho.
Mumadona é a minha avoenga favorita porque não sabia nada de futebol e gostava de política. Como em Portugal há um desconchavo e sabe-se mais de futebol a sério e nada de política à séria, adquiri uma formação que é um percurso marginal à identidade nacional. Mas não quero ser ambíguo, quero deixar claro que mesmo em 1966 e em 2004 fui imune à febre futebolística que apossou o país. Claro que no verão de 66 deixei a esplanada da Madrilena e fui lá para dentro a festejar o 4º. e 5º golo contra a Coreia. Em nome da solidariedade familiar, tive que suportar as dores do Portugal/Rússia em 2004, angustiei-me mas não fiquei contaminado.
As siglas e marcas, mesmo desportivas, que marcaram a minha juventude e que eu detestava estão quase todas mortas e enterradas. Sem citar as comerciais que as há, refiro aleatoriamente algumas das institucionais: SNI, UN, MP, Legião Portuguesa, Exame Prévio. Deixo para o fim uma que abominava e que sobrevive e que sei que é injusto misturar com aquelas, o Benfica. Tenho relações afectivas com muitos benfiquistas a começar pelos meus filhos, mas não consigo engolir semelhante etiqueta, mais pelo que representou do que por aquilo que é, por sinistras que tenham sido as suas figuras de proa.
Há muito pintei para mim o benfiquista: um tipo baixo, impante, cabelo com brilhantina penteado para trás, bigode fininho e o emblema com a águia ao peito. Agora fiz-lhe um upgrade: é um fulano com o mesmo ornamento alado, malcriado, autocrata, ressabiado, de laço vermelho (linda cor) ao pescoço e verdadeira ameaça ao estado democrático.
Eis-nos chegados ao tempo do rebusco das castanhas e de apanhar os sinistros míscaros; já foram noticiadas este ano quatro mortes só na região centro.
A coincidência não obedece a leis e diz-se que não existe a fórmula da coincidência. Não acredito em bruxas, pero que las hay, hay. A harmonia da percepção de acasos torna-nos a todos poetas, obscuros sacerdotes de estranha liturgia e há uns mais susceptíveis que outros.
Nesta época de rebusco das castanhas celebremos a vida e o futuro. Saudemos o milagre da existência e reconheçamos a nossa pequenez e a natureza de elo de uma cadeia admirável chamada vida.
Este post tem endereço, pois é minha obrigação dar os parabéns à fonte de vida, a alguém muito especial e que acaba de receber uma notícia singular e vivificante.
Há rituais que não são só um acto cerimonial; desencadeiam forças positivas e novas energias fluem por mais ocultas que estejam: o melhor vai acontecer.
Por isso hoje bebo em honra à(s) mulher(es) da minha tribo.
A fiscalização da liberdade de expressão e a criminalização de todas as tentativas de divulgação da informação sem o nihil obstat do poder instituído, associado a todas as formas de nacionalismo, religioso ou não, e à xenofobia, é nazi-fascismo. Se alguém, em nome duma ideologia religiosa ou não desrespeitar os fundamentais direitos do homem, é um pregador de ideologia nazi-fascista, seja ela socializante, pró liberal cristã, capitalista judaica ou muçulmana. Criar o Império Americano, devolver poder temporal ao Papa, colocar o povo eleito a governar o mundo, exportar a revolução bolivariana ao planeta, restaurar o Califado e outras ideias mirabolantes têm que ter, da parte de todos nós, o mais absoluto e veemente repúdio. Quando Bush invadiu o Iraque e o Afeganistão eu julgava que era uma guerra entre exércitos fascistóides que pretendiam controlar o comércio do petróleo e da droga. Pensava que o puro Obama pusesse cobro a uma guerra entre fascistas islâmicos pobres e fascistas para-cristãos ricos. Mas parece que o homem sabe mais que isso…
Recordo que a monocultura francesa não conseguiu integrar os milhões de árabes que tem no seu seio e isso é uma verdadeira bomba relógio instalada no peito. Dentro de poucos anos terá uma população maioritariamente de origem árabe e pode declarar-se como república islâmica. Na pluricultural Inglaterra há um bairro, creio que perto de Londres, onde queriam decretar a Shariah e marimbarem-se para as leis inglesas.
Entretanto, os bens pensantes portugueses retiram os crucifixos das escolas e não querem que os filhos tenham aulas de moral e religião. A natureza tem horror ao vazio. Não me canso do dizer: retiremos os nossos sinais que alguém porá os seus. A democracia definha e morre não porque os não democratas ganham mas porque os democratas não fazem nada para a defender.
Eis o triunfo dos porcos.
Já aqui escrevi, gilando, que neste país só acontece o que explode na televisão. E se há coisa feia nesse proscénio, feia mesmo, são os julgamentos sumários de figuras públicas, com condenação garantida. Jamais me imaginei a defender publicamente políticos de quem não gosto e de quem não tenho procuração. Também é verdade que não precisam de ma passar, já que aqui não há juízo (seja de que ordem for).
Causa-me aperto nos gorgomilos as declarações das mais importantes figuras do poder judicial, que duma maneira que me parece sistemática, vão pondo em causa o próprio regime democrático.
Impolutos órgãos de soberania não escrutinados, e ao que consta nem sequer se levantam quando o PR entra na sala, detêm um tal poder, que com toda a cobertura legal e agradecimento de jornalistas imaculados, fazem em picadinho e enlameiam todos os que tiveram a meritória e triste sina de ultrapassar a mediocridade reinante.
Diante de tão ilustres e patrióticas figuras curvemo-nos e agradeçamos antecipadamente qualquer deriva justicialista e totalitária.
Não sei se é de propósito o esquecimento, mas hoje, (dia 11 de Novembro de 2009) dia de S Martinho, faz 91 anos a assinatura do Armistício algures num comboio na floresta de Compiègne, que pôs fim à 1ª Guerra Mundial, onde batalhões portugueses foram ultrajados pela sua mais querida e velha aliada e pasto da fome, dos piolhos, do sofrimento, da doença e da morte. Nenhum media deu a notícia, que eu desse conta.
Lamento-o
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