quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Alhos e Bugalhos


Inscrevi-me e permaneço sócio do Sindicado dos Bancários desde o dia em que fui trabalhar para a banca, sabendo de ciência certa que um sindicato é um agrupamento de uma classe profissional para a defesa dos seus interesses económicos e sociais. Jamais me passou pela cabeça que fosse o sindicato a determinar que tipo e em que termos o negócio bancário seria feito. Regalias sociais, garantia das condições laborais, valores pecuniários, enfim tudo o que se chama actividade sindical foi e é amplamente discutido. Por isso, é-me cada vez mais difícil entender sindicatos de juízes ou de policias que pretendem intervir na forma como a lei deve ser feita e aplicada, como se fossem um órgão de soberania. Pergunto-me porque é que não há-de haver o sindicato dos militares de terra, ou do ar, ou do mar? O facto de andarem armados não interessa, é apenas um pormenor, e neste caso um detalhe que a ser usado é um excelente argumento. Crie-se o sindicato dos deputados à AR e o dos membros do governo. Isto é caricato, e se não fosse verdade far-me-ia rir.

Vivemos num Mundo Cão. Acabo de ver uma já velha e pungente reportagem de Cândida Pinto, feita em Moçambique, sobre os órfãos da Sida e das deploráveis condições em que vivem. Com água a quilómetros, carenciados de tudo, um deles, quando interrogado sobre o que mais lhe fazia falta, respondeu com a expressão e a candura que só a verdade tem: nada, temos tudo o que é preciso. Aqui fica o link de quem vem fazendo alguma coisa por aquela pobre gente http://eueosmeusirmaos.blogspot.com/

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