quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Regressado de Agosto


Diz-se que no Triângulo das Bermudas, no mar dos Sargaços, acontecem coisas mirabolantes. Também eu me meti num mar estranho, melhor dizendo num verdadeiro Oceano de Perguntas, sem equipamento adequado além dos escrúpulos que me servem de bagagem suficiente. Porque apenas perdemos aquilo que jamais tivemos e só podemos dar o que já tivermos dado, só se pode dar o que já é do outro. Tudo o que perdi é que agora é meu.

Meti-me no Oceano das Perguntas e aportei na Costa dos Silêncios. Julguei que perto devia ser o ancoradouro das Respostas Certinhas, porque, relativamente próximo, ouvi que com a invasão do Iraque os americanos conseguiram apenas uma coisa, a divisão dos europeus. Ouvi dizer que retiram agora, como retiraram sempre, salvo na segunda guerra mundial. Como retirarão do Afeganistão... Depois, dei-me conta que não estava perto do lugar que queria, uma vez que ouvi dizer que a França expulsava ciganos romenos. Estava no sítio errado, não onde queria. Mesmo numa Europa portadora duma doutrina de perdão não pode haver eclipses de memória que anulem o passado.

Vamos ver se encontro o estreito da Dúvida ou a Larga Passagem do Erro e da Asneira.

Chegam-me notícias de Moçambique. É bom que os Turcos que se preparam para assaltar o poder em Portugal vejam o que é perder a paz social ganhando pontos na economia.

Agora eu sou o Próximo e afasto-me.

Doutros será a certeza de que o Tempo se esquece dos ontens.

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