sábado, 29 de outubro de 2011

Lá tinha uma fábrica, lá tinha uma loja, lá tinha um emprego...




Um país não morre de morte súbita. Morre de doença mais ou menos prolongada. Mesmo quando o seu povo é cientificamente adormecido, anestesiado, narcotizado, quase chacinado por intoxicação de falsa informação, demora a morrer.
Como agora, que chegou o tempo dos falcões, o tempo das facas longas. É um tempo de quaresma, o tempo do sr dos passos, esse mesmo, esse que diz e desdiz e faz o seu contrário com a convicção dum vendedor de automóveis de e em segunda mão, que garante empobrecendo quase todos sairemos da crise; do sr da equidade fiscal, admirador de vacas e criador do monstro, que de repente se vê atacado pela criatura que criou. Nenhum trata de proteger o trabalho como o fazem em relação ao capital e à propriedade. O trabalho não é sequer um direito, é mais ou menos um acaso; nem tortura certa é, pois alguns dele ficarão isentos por direito de nascimento. Contudo o povo, a tal entidade abstracta onde reside a soberania, palavra vazia de sentido entre nós, fica comprometido com a divida, "casado com os problemas e divorciado da riqueza".
Dirão sempre convictos que todos nascemos livres e iguais em direitos e todavia eu digo que alguns são livres de morrer de fome e iguais para morrer de frio.
Podemos esperar que a economia, a serpente, nos fira o calcanhar, ferimento menor, se comparado com a política e o esmagamento da sua cabeça. Noutras palavras, a descendência da mulher – a intuição – acabará por prevalecer sobre a descendência da serpente – a razão. Vamo-nos recentrar, lembremo-nos dos conceitos simples do Yin e Yang.
A dor leva me ao Yin e à mente intuitiva, complexa, e o Yang, ao intelecto, racional e claro: só todos  inteirinhos,  conseguiremos fazer justiça, inclusive social.

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