quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aprendizes de feiticeiro


Já as horas eram liquefeitas, verdadeiras espadas de fogo caíam, o corpo tomba enquanto da boca sai um som plangente mas inumano. O cadáver antes de desaparecer no nada entra num movimento ritmado pelos trovões de nuvens esverdeadas.
Quando nasceu estava a mãe … e ele. Agora está ele e o seu filho, o monstro que criou contra tudo e contra todos. Aquele projecto, consumado com a obstinação dum suicida, como solução energética do Mundo e desenvolvido a partir duma estranha mistura de Física e Esoterismo levou a este remate de tudo, como se Deus sacudisse o tapete de que é feito o continuo espaço-tempo.
Conseguiu mais que queria, pretendia resolver um problema e duma penada resolveu todos os problemas de todo o Mundo.
Os nossos políticos por vezes abordam os problemas com o mesmo espírito suicidário que aquele anti-herói naquele quadro nascido no meu espírito enquanto assistia, via televisão , a um debate político. Deve ser, melhor, é mesmo defeito meu, quando ouço alguns políticos ter visões apocalípticas com aquelas vozes colocadas como se fossem do outro mundo, aquela posição rígida de cãibra no pescoço, olhos esbugalhados e em alvo, tudo apontando estarmos à beira da solução final.
Legislar é uma actividade que tem que ultrapassar o conceito “a quem serve a norma”? A norma serve sempre o poder, já sabemos. Mas tem que se ouvir humildemente o outro e aquele outro também. Ninguém tem o direito de domesticar o seu semelhante seja em nome de que principio for.
Amanhâ tem que ser melhor e mais colorido que o dia de ontem.
Saiam dos sonhos de S.João e vivam num planeta azul e bonito, mal frequentado às vezes, mas um sítio onde vale a pena viver. Não metam medo ao Zé -Povinho, já nem os pregadores na Igreja ameaçam o seu rebanho com as frituras infernais. Digam-lhe a verdade ou verdades mas não o tratem como se fosse uma criança estúpida e sem imaginação.

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