quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pecador me confesso


Quem vai para o céu perde o sexo e torna-se serafim, querubim, trono, dominação, potestade, virtude, principado, arcanjo ou um vulgaríssimo anjo. Não há anjas embora o pareçam e em rigor devia dizer-se e escrever-se anjes, como diria o meu amigo Carlinhos.
Os anjos só ganham asas depois de prestarem provas. Vencer o rancor, ultrapassar o ressentimento, numa só palavra perdoar. Creio que por mais inocente que seja, jamais ganharei asas, não porque guarde rancor, ou por ter ressentimentos, mas porque embora saiba perdoar, não esqueço nem aprendo. Às minhas angústias e mágoas sei dar-lhes cor, forma e nome. Às pancadas que tenho levado julgo ter sabido quando devia dar a outra face, (presunção, água e vento cada um toma o que quer), ou o competente, pedagógico e forte coice. Mas terei sempre aprendido a conviver com os meus defeitos e com os dos outros???!!!...
Além de perdoar tenho a pretensão de distinguir justiça e vingança. Mas como não esqueço, acho que não aprendo, temo não ser justo e cair na ignomínia do rancor.
Eis um deplorável, confessional e catártico post conveniente ao dia de hoje.

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