quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sincelo e democracia


O IVA e os escalões de IRS são os mesmos para quem viva no litoral ou no interior. As oportunidades que têm os que nascem dum lado ou do outro não são as mesmas e não vale a pena discutir isso. Mas vale a pena pensar que se os impostos são iguais e as oportunidades não, à semelhança dos Açores ou da Madeira deveria haver contrapartidas. Falou-se muito da insularidade e fala-se mal da regionalização, mas é muito baixinho e muito pouco que se falou da interioridade. Dentro de dias aparecem aí uma tantas sumidades a defenderem uma regionalização que o povo já recusou, mas que há-de ser referendada tantas vezes quantas as necessárias (lembram-se da Irlanda?) até se obter o resultado desejado e ninguém dirá que uma boa parte do rendimento duma família que viva na Guarda é para aquecimento, coisa que não passa nem perto duma qualquer inteligência lisboeta. Em tempos que já lá vão a electricidade era mais barata na Guarda por causa do frio. Criar um movimento de opinião de forma a termos gasóleo doméstico, gás ou electricidade mais barata para as regiões mais frias é uma pura perda de tempo; primeiro somos poucos e menos votos que os beneficiários do rendimento mínimo e depois só cá vive quem quer.
Repare-se neste paradoxo: têm mais poder reivindicativo os magistrados do MP ou os maquinistas do Caminho de Ferro (quantos serão 500, 600, em cada grupo?) que todos os habitantes dos Distritos do interior.
Poder democrático, coesão regional, justiça…social, como, onde?

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