quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Buchos e Bruxelas



Ontem comi bucho. Era, dia de Carnaval e outra festa. Perdoei-lhe o mal que me possa ter feito pelo bem que me soube. Bruxelas não quer que se comercializem estes produtos alimentares artesanais, pois dizem não se garantirem as regras de higiene de produção e rastreabilidade. Em vez dos burocratas europeus nos proibirem de comer e comercializar os nossos melhores petiscos, melhor era convencerem a Europa a prová-los. Todos ficávamos a ganhar.
Recordo os ingleses. De manhã comem ovos com bacon produzidos nas suas sofisticadas unidades de criação animal, onde nascem toda a casta de doenças (BSE lembram-se?), resultado dos seus altíssimos padrões de higiene.
Cada vez que penso neles, gente educada e boa, o meu coração amolece e bendigo a nossa mais velha aliança. Sinto-me todo Zen. Fico em comunhão com a natureza. Gente que veio até nós em armas, para nos ajudar claro, gente que daqui levou sempre o que de melhor havia, produto do seu generoso trabalho, evidentemente.
Alguns levaram para contar… mas foram poucos.
É verdade que qualquer barrento que chegue a Bruxelas põe-se lhe logo a jeito. Também não chegaria lá se assim não fosse.
Mas que raiva. Não é xenofobia nem vingança, é sede de justiça.
O resto, são papeis mal transcritos.

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