quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Coisas a frio


Todos sabemos que a maioria dos problemas que ocupam a nossa cabeça hoje, daqui por duas semanas nem sequer nos ocorrem. Temos a incrível capacidade de ampliar o que não interessa, usar negativamente a nossa imaginação e reduzi-la a um permanente incómodo. O medo do desconhecido, o stress, a adaptação permanente ao desconhecido mais que conhecido é a melhor parte do nosso raciocínio cíclico. Todos somos assim, inseguros.
Ontem, assisti e vivenciei um momento desses: estava-se capaz de adquirir outro carro porque um pneu tinha um furo. Claro que a solução foi mudar o pneu e aguentar o furado enquanto não se arranjava quem o consertasse. Esta imagem pode não ser a melhor mas serve. Também porque às vezes há outros, os grandes problemas: o carro tem uns anos, o motor gripou, a rectificação é cara e têm que se ponderar soluções, então sim, as mais onerosas e difíceis.
É assim que vejo a realidade do meu país. Já lá vai o tempo dos pequenos medos estendidos em planos inclinados. Vi, assisti em directo e a cores a um sacana, (espanhol… desta vez não foi inglês, como é da praxe), a virar os holofotes da desgraça para estas bandas. Para estes favores melhor que o señor Joaquim Almunia só mesmo um súbdito da nossa mais velha aliada. Mas é bom recordar que as doenças da economia tratam-se com mais e melhor economia, não desviando as atenções para as misérias do vizinho, por inferiores que sejam. As da democracia com mais e melhor democracia, porque qualquer deriva musculada, sebastiânica ou salazarenta conduzirá este laboratório das experiências que não se devem fazer, ao mais redondo insucesso, nesta Europa que agora (ou sempre?) nos olha de soslaio.
Bom senso e humildade exigem-se.
Patriotismo ainda é palavra dicionarizada?

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