segunda-feira, 30 de março de 2009

Uma nova estirpe


Aparentemente são seres humanos normais, vestem como tal, são bípedes, falam, opinam, postulam regras e máximas, cheios de si e de razões, vazios de princípios, de ética e de cultura. Herdeiros órfãos falidos do império referem-se à província, onde têm quase sempre origem, como se se tratasse duma colónia, algo bizarra, a que um dia deviam prestar atenção, um filão que um dia poderá dar dinheiro se… Nunca pescaram, nunca foram à caça, não sabem o que é ir aos ninhos,incapazes duma cortesia não sabem o significado de palavras como camaradagem ou solidariedade. O outro é um cliente na melhor das hipóteses, habitualmente uma vítima.
Há que saber que pensam com a carteira muito, julgam e opinam com o estômago bastante e sentem com os tomates pouco. Seres desprezíveis sem urbanidade, cortesia ou gentileza. Falam do que não sabem e calam o que sabem, as suas misérias e desgraças. Eis os urbanóides cujos figadais inimigos são em abstracto a verdade, a polidez e a delicadeza e em concreto os urbanos a quem chamam depreciativamente educadinhos idealistas e os rurais a quem apelidam de pacóvios coitados.
Podemos vê-los como políticos de segunda linha, comentadores a soldo, jornalistas de tablóides, actores de aviário, estes os mediáticos os outros escondem-se atrás do volante dum táxi, dum balcão dum banco, dum blog sem nome nem cara, aparecendo pontualmente como testas de ferro em esquemas de duvidosa legalidade.
Cuidado, estas criaturas reproduzem-se.

1 comentário:

Guto disse...

Como posso entrar em contacto consigo ?

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