terça-feira, 9 de junho de 2009

Fractais


Quando alguém ganha honestamente no jogo democrático saúda-se e dá-se os parabéns aos vencedores. Por um voto se ganha por um se perde. Mas e há sempre um mas, esta época é estranha, um tempo sui gerenis este nosso tempo.
Em plena hecatombe financeira e económica, provocada pela decantada auto-regulação do capitalismo liberal, a Europa vota à direita. A mais antiga democracia europeia, a velha Albion, elege um eurodeputado da extrema direita. Num momento em que a esquerda podia e devia fazer valer as suas teses, (se é que as tem e quer aplicar), contrariando a realidade gerada por políticas conservadoras, o povo europeu vota, por absurdo que seja, nas posições ideológicas que nos trouxeram a este entalanço. Aparentemente o povo do vetusto continente quer mais do mesmo. Já aqui afirmei que mais cedo ou tarde far-se-á um refreshing. Para iniciar um novo ciclo é necessário mudar alguma coisa (pouca) para que tudo fique na mesma.
Vivam os Madoff e outros sacerdotes sem escrúpulos. Liberdade imediata para Oliveira e Costa; condecore-se Rendeiro amanhã 10 de Junho.
Em casa, temos vindo a assistir há uns tempos a esta parte ao PC e à Intersindical objectivamente a fazerem o mais inteligente, difícil e histórico frete ao partido dos baronatos.
Que tempos estes…
Todos os partidos ganham e só um perde. Para ser mais exacto só um partido perde, porque a votação mostra que nenhum ganhou. Só pouco mais de um quarto do eleitorado se pronunciou, (considerando a abstenção, votos brancos e nulos) e a única conclusão não abusiva é que a democracia perdeu.
Não tenho partido mas não sou apolítico. Enquanto cidadão voto e pretendo ter aqui e ali alguma intervenção cívica.
Em tempos destes quem se admirará que uma borboleta provoque um furacão.

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