terça-feira, 16 de junho de 2009

O'Neill e Régio no mesmo texto?


Outro dia encontrei o meu amigo Eduardo no parque onde passeio o meu peso e as minhas dores, da alma e do corpo. Para estas ainda conheço da aspirina ao tramal, para as outras, nada. Segundo ele, devia deixar de referir aqui meditações e tornar isto mais leve e partilhar com as plantas do polis do rio Diz as minhas reflexões, digo eu. Como não tenho ilusões, sei que o resultado é análogo. Não sou psiquiatra mas julgo que escrever num blog é uma prática narcísica ou coisa semelhante. Para mim, conscientemente, é um exercício catártico, de limpeza, forma de exorcizar alguns fantasmas. Enquanto assim for continuarei a fazê-lo.
Desde há uns dias que me bailam na cabeça como se fossem uma espécie de vermes as palavras de Alexandre O’Neill

Às dores inventadas prefere as reais.
Doem muito menos ou então muito mais.


Os anos passam, o corpo engorda e a alma à míngua de ilusões e projectos mirra, ficando um intenso sentimento de perda, de roubo, de luto. Régio escrevia que:

Só se sabe que perdemos aquilo que jamais tivemos

Bem quero aprender a deixar fluir as coisas, sentir o espírito dos lugares, desprender-me das coisas e das pessoas.
Preciso de luz interior…
Terei que procurar uma ordem mística oriental que me aceite como postulante…


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