sexta-feira, 5 de junho de 2009

Não me percutam


Ontem assistimos via televisão ao ministro das Finanças barrado e quase sequestrado por clientes do Banco Privado Português. Berravam alto e bom som que queriam o seu dinheiro de volta, nada mais justo. Devem tentar reavê-lo, reclamá-lo, mas a quem o entregaram.
Entregaram-no a um banco privado, baseado no principio duvidoso que a livre iniciativa é que produz riqueza, gere melhor os interesses que lhe são entregues, fazem aplicações com melhores taxas; mais que isso, era o Banco dos Ricos, ou já se esqueceram das 2ªs. e 3ªs.páginas da antiga revista do Expresso, meses e meses a fio. Enquanto ganharam vieram dar algum ao sector público? Declaravam os juros que recebiam? Então com que legitimidade pedem a todos nós que suportemos a estúpida escolha que fizeram porque era chique e dava status. Recordo a expressão sobranceira de algumas pessoas quando me exibiam cartas/chapas com o diminuto logo daquele banco. Curiosamente não registo a visualização de nenhum talão de depósito, dum cheque, duma promissória ou dum título de depósito. Tudo era desmaterializado e pelos vistos volátil também. Colocar todos os ovos no mesmo cesto, entregar as suas poupanças a gestores de fortunas, banqueiros de proveta, especialistas na ruína garantida, autentico alguidar de lacraus, não só é ingénuo é néscio. Resgatá-lo do nosso bolso é ladroeira.
Já agora os investidores da bolha reclamem também. Constitua-se o sindicato das vítimas de aplicações não reguladas.
Haja decoro.
Não me passaria pela cabeça pedir a quem quer que seja que me fosse devolvido o dinheiro que jogo na lotaria, no totoloto ou no euromilhões.
Joguei e perdi, temos pena.

1 comentário:

Unknown disse...

São sempre os pobres que pagam as crises e o Acácio Barreiros já morreu. Não queres mas pagas como eu e como todos os tesos.
Abraço do Zé Ivan