terça-feira, 15 de junho de 2010

Machadada ou eutanásia.


Passámos demasiado tempo sentados à espera do nosso tempo. Está visto que temos de tomar este tempo como sendo o nosso.
Quando ouço falar do encerramento de escolas com menos de 20 alunos ocorrem-me várias coisas, e entre elas, a famigerada regionalização contra a qual votei e votarei. Contudo, reconheço que se ela existisse essa medida nunca seria exequível, porque se as Regiões existissem não se poderia fazer a eutanásia, (eufemismo piedoso), dos já moribundos concelhos e freguesias do interior. Há escolhas a fazer e o critério tem que ser rigoroso. Já aqui falei do risco de se constituir um interland entre um Portugal, que só existe numa faixa até 100 Kms da costa, e a fronteira de Espanha. Levantemos a nossa voz e declaremos bem alto que o combate à desertificação deverá ser feito não fechando, mas instalando no interior serviços prestados pelo estado. Deslocalizar o possível do litoral para o interior, unidades militares, escolas de policia, laboratórios e institutos vários, que teriam a mais-valia de trazer cérebros e gente capaz de criar clusters, empregos, população e com ela massa critica. Quem tem coragem para fechar uma grande percentagem de escolas do interior (provavelmente uma medida com critérios justos embora eu não os conheça) também deverá tê-la para evitar a morte anunciada de parte do seu território. Os senhores que se seguem, já se perfilam no horizonte e os media já nos garantiram quem são, agradecem tudo o que for fechar e privatizar serviços/criar negócios, e com esses não contemos, porque para eles apenas somos números, e números pequenos, já se vê. Se tiver que ser, fechem-se escolas, mas garantam-se contrapartidas. Temos pouco tempo, façamos o impossível: fujamos à força concentracionária de Lisboa.

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