quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Multiplicai-vos


Titularia este post doutra maneira, mas agora que sou aposentado (velho) devo proceder em conformidade.
Após um breve manusear das Confissões de Stº Agostinho, lembrei-me que a minha terra é mulher, e prova disso é ser a única, não só a ter como a exibir o ponto G. Isto vem a propósito de todos sermos produto da realização duma pulsão. A mais forte da biologia, dotada da maior força psicofísica que se conhece. Dos jogos de sedução à violação de todas as regras já todos fomos perdedores. Já fomos capazes de perder tempo, liberdade, dinheiro, sangue, amigos e a moral se a tivéramos. Conheci castíssimas pessoas que souberam pautar a sua vida sem violar nenhum dos seus princípios, neste capítulo. Curiosamente, já na recta final das suas vidas, tive ocasião de apreciar como essa estranha factura era apresentada; em gestos e atitudes, quando o superego já se encontrava enfraquecido após muitos anos de feroz tirania. Creio que viver castamente é uma opção tão válida como outra qualquer, embora o imperativo categórico a ponha em causa.Venham comigo, deixemos as notícias do sub prime, do BPN, do BPP e outras quejandas malfeitorias, mais ou menos previsíveis.
No momento em que Portugal tem como maior problema a médio e longo prazo, a baixa taxa de natalidade, arranjemos argumentos para que os que estão em idade de procriar o façam. Já aqui escrevi que antes, uma criança vinha como uma bênção, que os velhos, do Restelo e os outros, matavam antes de nascerem, mas eram sempre um gáudio para os pais e para a comunidade. O bebé vinha com um pão debaixo do braço. Hoje, uma criança é um monte de problemas. Problemas de dinheiro, de procedimentos e mais uma quantidade de coisas, tudo sem manual de instruções. A verdade é que os bebés são o futuro. Sem eles, os nossos melhores sinais, alguém virá que imporá os seus.

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