segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Declaração de Interesses



Há muito que a expressão ”Cristo morreu, Marx também e eu próprio não me sinto lá assim muito bem” é do conhecimento de todos, para quem todo o amanhecer é uma vitória. Porém o mundo está hoje melhor que há cem, cinquenta ou mesmo trinta anos. Quem não pode distinguir o que é “além do homem” do “super-homem” não compreendeu o que “eu” entendo pela mensagem que em principio devia reger as sociedades ocidentais.
Vejamos a proposta nova, a pureza, a estoicidade, a miragem, a vertigem, a dádiva, o ser dotado do sentimento trágico da vida e suicida entusiasta, o semelhante presente, passado e futuro, razão de ser: Ecce Homo.
Não nos ajoelhemos diante do féretro de Deus, porque este não vai a enterrar. Regressemos à realidade pura e dura.
Mau e rentável é a venda farisaica de solidariedade. Ser-se solidário é bom mas dramaticamente doloroso, mesmo na época natalícia.
Cruzemos boas vontades agora que o Outono já moribundo deixa que o Natal nasça. Fugindo um pouco ao cliché, portuguesmente pintemos de vermelho uma cruzada contra a dor, minoremos o sofrimento, agasalhemos os que têm frio, mitiguemos o sofrimento.
Se todos temos uma cruz mais ou menos voluntária, porque não escolher uma de cor vermelha? Cor fantástica esta, que quando diurna é masculina e extrovertida, simboliza o trabalho e tudo o que é público. Quando nocturna torna-se feminina, intima e simboliza o escondido, o oculto. Cor do sangue, presença de ferro, garantia que viemos das estrelas para onde queremos voltar.

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