sábado, 9 de maio de 2009

Peregrinação


Já fui a Fátima e Santiago de Compostela de visita em dias assinalados, mas nunca fui a Fátima em peregrinação a pé. Tenho feito as minhas peregrinações interiores e a peregrinação inexorável que todos fazemos a caminho da verdade absoluta. Dentro dos limites das minhas fracas capacidades e conhecimentos, este ano tive a oportunidade de integrar um grupo que prestou apoio a quem se dirigia de calcanho na estrada a Fátima. Falei com muitos e a ninguém ouvi a palavra desporto. Vi excessivo sofrimento e intensa determinação. Não interrogo o que pôs aquela gente em movimento, pois isso faz parte do sacrossanto direito à interioridade. Vi flictenas (empolas) de péssimo aspecto, feridas várias a clamarem tratamento, entorses para todos os gostos e no conjunto um paraíso para podologistas.
Um povo que tem este vigor e audácia, resistência à dor e à fadiga não me digam que é mole e sem vontade. Sempre que me abeirava daquelas pessoas ocorria-me à mente e de maneira insidiosa a expressão de Camões “fraco rei faz fraca a forte gente” .
Não me anima nenhum sentimento politico-partidário, pergunto-me é quem é o rei que nos tem governado nos últimos 230 anos? Infelizmente para todos nós um destes três é, sozinho ou em triunvirato: o débil Não sei, o frágil Não vi, o cobarde Não estava lá. O nosso Rei tem sido um fraco mas determinante Não.

3 comentários:

dyanna disse...

I like your blog.

Moi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena disse...

"Fraco rei faz fraca a forte gente”.
Diria que no caso dos voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa - Guarda, que acompanharam uma vez mais o percurso dos peregrinos a Fátima no distrito da Guarda, "fracos reis fazem forte a fraca gente".
Coisas nossas... coisas de quem traz a cruz às costas...

Helena Alves