quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aromas Outonais

Que caí(a)m na publicidade, não sei se gratuita, à edição do novo título dum Nobel aceita-se, que se faça disso uma questão nacional não. Não vale a pena desvalorizar o residente de Lanzarote, ele já está na História, goste-se ou não da sua obra e do seu mau feitio. Acho mais curioso quatro humoristas levarem em bicha pirilau, um por um, os grandes deste país a fazerem o papel de gente boa onda, sentido de humor, poder de encaixe e explicações razoáveis para o inexplicável. Sobretudo sabendo que outros, os gregos, foram às urnas no mesmo dia que nós e já têm governo em plenas funções há quinze dias. Entre nós, só hoje, o primeiro-ministro indigitado concluiu a lista do seu elenco. Que a dívida suba, que a natalidade baixe, que o desemprego cresça ou que a produção diminua isso são questões de somenos importância. Porque temos de reconhecer que todos achamos mais importantes os gatos e o laureado escriba que gerir a crise, ou tentar resolver os problemas deste jardim à beira mar plantado.
Talvez seja este o caminho para todos não renunciarmos, mas perdermos a nacionalidade. Seremos um protectorado, uma província ibérica ou seremos capazes de nos arrogarmos como um povo? Um povo a caminho dum futuro melhor, da fuga à mediocridade, de encontro à modernidade, talvez da construção dum tão cantado quinto império, sei lá.
Definitivamente, o tempo da política, o tempo da justiça, todos esses tempos não é o meu tempo. A vida é curta, dura pouco, dura um eterno presente, mas só enquanto dura…

Sem comentários: