terça-feira, 20 de outubro de 2009

Guarda from the sky


Pude adquirir e folhear demoradamente o livro Guarda vista do céu com fotografias de Filipe Jorge e textos (que ainda não li pois tenho 2666 Bolañas razões para o adiamento) de duas pessoas de qualidade e que conheço: do Arq. António Saraiva e da Dr.ª Antonieta Garcia. A edição é magnífica e ao que julgo saber poucas cidades têm coisa semelhante. Não acredito que quem quer que seja que tenha a mínima afinidade com esta xanta terrinha não fique tocado com a técnica e beleza das fotos, por mais photoshop que se tire ou ponha. É uma obra bela e meritória. Mas, há nestas coisas sempre uma disjuntiva, não é a minha terra que ali está retratada. A minha terra é um monte e ali parece uma planície, dada a compensação da aplicação dada à imagem captada.

A minha terra é também um ente psíquico que reconstruo todos os dias. A imagem que dela tenho é duma cidade construída no cimo dum monte e atravessada aí a 2/3 deste, no sentido Sul/Norte por uma larga ruga horizontal (Av. Rainha D Amélia, R Batalha Reis, R Alves Roçadas, Av. Bombeiros Voluntários), ficando o lado oriental, mais recente e melhor com a maior parte do comércio e serviços e habitada por uma população incaracterística, que é onde moro. No terço restante fica o centro histórico com algum comércio, poucos serviços e habitada por uma população mais característica e castiça, onde nasci. Não vou discutir a bondade da racionalização do trânsito e a decisão de reservar como zonas pedonais ruas do casco antigo. O problema é que estas duas partes não jogam uma com a outra como dantes. Estão realmente separadas, e isto não é só na minha cabeça.

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