sábado, 2 de janeiro de 2010

A felicidade exige valentia


Não sei se li, se me disseram, se sonhei, ou sonhei que sonhei, que alguém disse que fazer citações era apregoar ou exibir ouro falso. Garantidamente quero mostrar ouro e do melhor, só que não é meu. De resto não me cabe guardar quaisquer louros por o ter descoberto já que não é fruto de trabalho meu. O meu amigo Eduardo enviou-mo e quero mostrá-lo.
Nasceu no cadinho alquímico, a alma dum genial poeta, laboratório onde a poesia e a filosofia criam conhecimento e sabedoria. Eis algo para termos presentes, todos e cada um de nós, nados neste jardim à beira mar plantado, agora que nasce um novo ano.
Deitemos fora toda a ganga que pesa e de nada serve e depreciemos as medi(a)nas carreiras crespas nas suas ordinárias, porque vulgares e fáceis palhaçadas. Reconstruamo-nos com as melhores pedras, as que os medíocres rejeitam por não estarem na moda da profecia da desgraça, da má-língua e da mal disfarçada dor de corno.

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

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