sexta-feira, 16 de abril de 2010

Absurdo


Quando se traça o perfil psicológico de alguém encontram-se fatalmente alguns traços patológicos residuais que fazem que sejamos quem somos. Assim, cada um de nós , depois de devidamente “normalizado”, contem escondido em si um louco
Lembro Dostoiévsky e muitas das figuras que habitam a sua obra. Julgo não ser asneira afirmar que foi o romancista existencialista original, o primeiro que procurou transmitir a noção dum procedimento ser bom ou mau de acordo com o momento e as circunstâncias, embora de maneira hiperbólica mas sempre magistral. Mais tarde, de maneira exímia, Camus sintetizou melhor a ideia, reduzindo-a ao absurdo.
A loucura da liberdade e da solidão serão apenas coisas dum louco.
Sonho, sonho e sonho só a liberdade e a solidão... Porém, no dia-a-dia mascaro a minha loucura.
Descobri tanto a liberdade como a solidez na minha loucura: a liberdade do isolamento e a segurança de não ser compreendido, pois aquela ou aquele que me compreende escraviza-me.

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