quinta-feira, 1 de abril de 2010

Irresponsabilidade


Responder pelo que fazemos, pelas acções de outrem em determinadas circunstâncias, e sempre pelo que nos é confiado chama-se responsabilidade. Conheço muita gente que em conversa informal vai dizendo que prefere a tutela de alguém ou de algo a ser livre e concomitantemente responsável, incluindo alguns fazedores de opinião. Dizem que há liberdade a mais, debitam uma fiada de desgraças, que não há nenhum dia em que não haja noticias pondo em causa a honorabilidade desta ou daquela figura pública, e como isso os deixa desconfortáveis. Fatalmente acabam com a expressão: no meu tempo ou antigamente é que era bom. A mim ninguém me apanhará nessa. Antigamente, só era melhor ser mais novo e mais inocente, mais nada. De qualquer modo a nossa imprensa como tudo o resto é o reflexo do que somos, é tão boa ou tão má como nós. Sabemos que à mulher de César não lhe basta ser séria, tem que parecê-lo. A imprensa é culpada pela forma como procede a julgamentos sumários na praça pública. Os culpados em título, no texto acabam por vir a ser remotamente arguidos. Defesa de igual impacte, não têm.

Não há liberdade a mais, há é responsabilidade a menos, a vários níveis.

Irresponsabilidade é outra coisa, é sinónimo de inconsciência, é as leis serem feitas por escritórios de advogados, é comprar submarinos…sem se conhecerem razões, critérios e contrapartidas.

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