terça-feira, 27 de abril de 2010

Como os patetas são felizes, ainda podem ter enganos


Sabia que determinadas coisas aconteceriam. Tinha tanta certeza nelas como na força da gravidade. Eram as leis da História. Tinha a certeza que haveria uma revolução, a liberdade seria restaurada, as colónias seriam independentes e que teríamos um futuro dourado num país de azul. A modernização do ensino acabaria por criar uma sociedade mais racional e justa e e a melhoria das vias ferro e rodoviárias faria com que os turistas viessem até nós beber o sol e desfrutar da nossa maneira hospitaleira e simpática de ser. Tinha a certeza que havia um élan capaz de servir de Estado Maior para esta mudança, as Universidades.

Poderá pensar-se que isto era ficção, mas a realidade, mais uma vez, mostrou-se mais fantástica. Quase tudo é incomparavelmente melhor Quase tudo foi como pensava. Mas o quase que não imaginei é enorme e monstruoso.

Observe-se alguém saído dessas Universidades que criaram uma nova classe que desrespeita os poderes democráticos, aqueles que se auto classificam de muito bons, os que se avaliam uns aos outros nas suas excelsas qualidades, que se absolvem e que a ninguém prestam contas, e que pouco a pouco se arrogam em Estado Maior do Estado.

Neste 27 de Abril de 2010 não falo de desilusão, mas sinto uma coisa estranha, será engano ou triste desengano?

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