sábado, 15 de novembro de 2008

Não lhe apertei o papo


Ainda o dia de ontem não tinha sido dado como morto quase me zangava. Comigo é sempre assim, quando a coisa azeda soltam-se gases mais mal cheirosos que numa boutade de Bocage. Nas costas dos outros vemos as nossas. Achei sempre isso má-língua e mediocridade. Mas não foi. Recuperemos a questão. Sobre uma informação técnica uma altercação entre duas pessoas, uma técnica outra leiga. Entro na discussão e desato a pugnar pela educação e pelo bom português. Tudo dentro dos parâmetros da normalidade não tivessem ocorrido em simultâneo alguns factores: estarmos num hospital, o tipo ser médico, falar mal português, enganar-se e a doente ser minha familiar. Já sabia que era assim, mas vi claramente visto, que o principal inimigo na perspectiva do médico é o acompanhante do doente. O tipo um pouco mais alto tinha o meu peso. A proporção era justa, embora ele fosse mais novo. Não me metia medo. Foi intocável por ser colorido. Apeteceu enganar-me e ser tão vil, tão burro e tão mal-criado quanto ele. Mas não fui, saí por uma porta e entrei por outra. É bem verdade, o senhor só será livre quando for liberto pelo seu escravo, Hossana Obama, Hossana Obama, Hossana Obama…vamos dizer isto três vezes ao amanhecer, todos os dias, nas próximas semanas até 20 de Janeiro.

2 comentários:

Moi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Cruzes! Credo! Acho que é mesmo medecin que me aliviou das minhas mazelas hipertensivas...

Até me pareceu um senhor very nice...

Seria o mesmo?

Helena