sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ficção cientifica e política


Todos já conhecemos e lidamos com cartões de memória que equipam as cameras (fotográficas e de vídeo), os telemóveis e as pen-drives. Hoje já se compra por pouco dinheiro um cartão de 32GB. O princípio parece ser simples e prende-se com as conhecidas experiências que fazíamos quando éramos miúdos esfregando uma caneta de plástico com um pano de lã para com ela atrair pequenos pedaços de papel. Não, não vou dissertar sobre experiências do grego electron
Refiro isto apenas para dizer que a partir de coisas simples, parece não haver limites para as soluções técnicas de capacidades de armazenamento de informação.
Por isso nem sequer é preciso muita imaginação para prevermos que um dia aparece no mercado um dispositivo, em tudo semelhante ao cartão já conhecido, que tocando nele é capaz de armazenar tudo o que sabemos consciente e inconscientemente. E se outrem lhe tocar na outra face, tudo vir, tudo cheirar, tudo ouvir, tudo saborear, etc, etc , etc, se tiver acesso a tudo o que experienciámos? Se for quebrado de vez o sacrossanto direito à interioridade?. Primeiro será só para os perigosos qualquer coisa, depois…
No momento que escrevo estejamos todos sossegadinhos que ainda não chegámos a esta afinação.
Contudo, há quem queira tudo saber e tudo controlar qual Big Brother.
Mas o Big Brother ou a Big Sister envolvendo chips, cameras e satélites é coisa cara e deve vir a haver com toda a certeza soluções mais expeditas e então sim, não será preciso suspender a democracia por seis meses, nem rasgar nada, nem ter o incómodo de divulgar programas políticos.
Em tese e no limite suspender-se-á a humanidade não como espécie mas como conjunto de seres humanos.
Antecipemo-nos e urgentemente crie-se um movimento de opinião que reabilite a política e os políticos. Tem que se criar uma legião de boa vontade e conseguir separar o trigo do joio. A começar pela nossa rua.
A política é o mais nobre dos ofícios e deve ser só exercida pelos melhores. Não pactuemos com os que sabemos antecipadamente demagogos (contrário de pedagogos) pouco sérios, ressabiados, empresários desonestos, tenham ou não arquivo em esconsas casas de banho. Eles juntam-se em agremiações. O mais grave é que nós sabemos distingui-los e às vezes…acontece descarregarmos as nossas frustrações em nós próprios. Manipulam-nos, nós sabemos e vingamo-nos em nós mesmos.
Pobre e masoquista classe média.

1 comentário:

E disse...

Calma também não é assim um mundo tão orweliano :) . E se isso fosse possível seria o primeiro passo para a imortalidade pois as nossas consciências deixariam de estar dependentes de um corpo físico!