sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Na dia da morte do Dr. Bonito Perfeito

Já conhecia o respeito que o nome inspirava mas foi em 1961, ontem portanto, que conheci o Dr. Abílio Alves Bonito Perfeito, na altura Reitor do Liceu Nacional da Guarda onde eu entrava caloiro. Na idade em que achamos que tudo está errado, queremos afirmar a nossa personalidade medindo/provocando professores, tive a sabedoria suficiente para reconhecer o invulgar carácter, a inteligência e o saber do pedagogo, daquele homem com um andar determinado e tronco um tanto oscilante. Era um andar singular, na sua particularidade diria que tinha algo de fidalgo.

Das pequenas malfeitorias que fui fazendo, quando chamado à reitoria, guardo a atitude pedagógica e o profundo respeito que sempre mostrou.

Depois, as vicissitudes da vida tornaram-no meu cliente. Mantivemos sempre uma relação cordial e amistosa, ele sempre o mestre. Um detalhe curioso, anos depois e já que nunca foi meu professor directo, estranhamente, ou talvez não, foi capaz de identificar de imediato a paternidade de coisa por mim escrita, embora apresentada por outro.

Hoje teve o seu encantamento. Passou para o outro lado. Um verdadeiro homem de saber, um cientista de ciência certa teve agora contacto com o conhecimento total. Já viúvo da Srª. Dr.ª Alice Quintela era pai dum meu condiscípulo de turma, o Eduardo José, que nunca mais vi e a quem envio um fraternal abraço.

Usando a maneira como se expressava, ou talvez a sua metalinguagem, um homem que soube conjugar o verbo servir, partiu.

Mais um pouco de todos nós que se perde. Quis a vida que nunca partilhássemos o mesmo ideário político, mas isso não me impede que diga alto e bom som: honra e glória ao invulgar mestre. Curvemo-nos diante da sua memória e prestemos-lhe a homenagem mais que merecida.

Que a sua alma descanse em paz


1 comentário:

Unknown disse...

Que a sua alma descanse em paz, mas andas a precisar de Fósforo Ferrero e pelos vistos outras coisas.