quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mensagens subliminares


Há uns anos, dois amigos meus mas distantes de mim politicamente, integravam uma lista a determinadas eleições. No programa eleitoral que elaboraram tinham os pés tão bem assentes na terra que só lhes faltava prometerem uma fábrica de foguetões e os Jardins Suspensos da Babilónia. Quando questionados sobre a irrealidade das suas promessas e sabendo que por muito amigos que fossem, o meu voto não levavam, lá se descoseram e pacificamente aceitaram que estavam a usar de pura demagogia , queriam o poder e depois logo se via. Tentaram convencer o povo com palavras mansas, colhidinhas nos manuais da política e prometeram o que sabiam não poder cumprir. Não tinham nenhum projecto sério e contudo queriam acertar. Convenhamos que era uma empreitada difícil, mesmo impossível.


Contava-se há uns anos que um rapaz regressado a casa depois de ver o filme Lawrence d’Arábia ao descalçar-se caiu-lhe dos sapatos areia do deserto. Uma maneira divertida de alertar para as imagens que manipulam o subconsciente.


Há a demagogia, a promessa vã mas que a inteligência, ou melhor a consciência detecta, e a mensagem subliminar, a que passa por baixo do filtro do nosso consciente e contudo é capaz de produzir efeito. Desde a imagem publicitária introduzida num filme, sem nos dar tempo a perceber mas que os olhos viram, a algo mais elaborado produzido em laboratórios de psicologia, capaz de condicionar comportamentos, tudo pode acontecer. Eis-nos em plena época de pré-campanha eleitoral que alguns confundem com campanha militar. Discípulos guerreiros sentem já o cheiro a pólvora e acham que na guerra e no amor valem todos os golpes por mais baixos que sejam. Estejamos atentos aos aprendizes de feiticeiro…

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