domingo, 8 de fevereiro de 2009

Às armas, às armas



De tudo o que escrevo quando o não faço é quando me expresso melhor. Daí o meu silêncio. Mas vamos ao trabalho, vamos a não expressar, neste exercício de autosatisfação.
Por mais esforços que os Estados façam no sentido de encher a Besta, desimpedir e ajudar a banca mundial, é certo que esta só retomará o comércio bancário normal depois de devidamente capitalizada, meio cheia ou meio vazia, depois de se refazer das perdas provocadas por marketeiros e gestores da nova vaga de contabilidade criativa, plutocratas esbanjadores, gandulos sem cerviz nem moral, que minaram a confiança de todos em todos e em tudo. Bancário com mais de trinta anos ao serviço do Bezerro de Ouro que agora parece estar apenas dourado, presto daqui a minha homenagem a um banqueiro, (ai que medo), que prestou um serviço patriótico ao País pela serenidade, compostura e esperança que mostrou na entrevista à RTP. Refiro-me ao Dr Espírito Santo Salgado pessoa que não conheço e de quem nunca fui colaborador. Foi a primeira pessoa que vi, racionalmente, pintar um cenário futuro de cores menos carregadas. Não sei é se haverá tempo para que ressurja a confiança e capitalização.
Quando e se houver desobediência civil, quando as estradas aparecerem cortadas com reivindicações, por mais legítimas que sejam, quando a ruptura do tecido social for séria, quando bandos armados depois de saquearem supermercados e outras lojas quiserem controlar bairros, e terratenentes se mostrarem capazes de se organizarem e defenderem as suas regiões, quais feudos, então só um milagre nos salvará da barbárie. Isto à escala planetária. Quem anda na estrada vai-se dando conta da sua menor utilização sobretudo pelos pesados, parqueados à vista, em formatura militar com a serenidade peculiar, tétrica e lúgubre dos Main Battle Tank (MBT) aguardando a ordem de marcha. Alguém se perguntará se isto não era previsível.
Estamos na Europa e aqui as armas de fogo não são sagradas. Não será altura dos nossos governantes, enquanto é tempo, determinarem democrática e pedagogicamente que as armas de caça sejam depositadas nas mãos da GNR e da PSP ou entidade com capacidade para as guardar durante a época do defeso? As armas serão sempre dos seus legítimos proprietários, ser-lhe-ão entregues na altura da caça, mas durante o restante período serão guardadas por quem tiver condições para tal e não serão tão facilmente roubadas, transformadas em shotguns, ou a armar bandos de civis a perguntar com a voz do calibre doze Quem Vive???!!!
A resposta só poderá ser uma e em castelhano: Viva La Muerte

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