segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O que podes fazer pela tua terra


O bairrismo bem entendido é um valor universal. Melhora todos e faz com que o mundo se torne um local mais agradável. Quanto mais localizado for o interesse, mais geral e de maior importância se converte. Parece um paradoxo mas não é. Até parece que o quanto menor maior; que ninguém se assuste pois a realidade é assim mesmo e no decorrer da vida, esta vai-se encarregando do mostrar. Detesto a minha terra e amo o meu País. Nem sequer é uma frase bonita, nem uma figura de estilo, é uma intrujice sem chanfro, mesmo literário. Trata-se duma aldrabice pura e simples.
Todos já chegámos a uma terra, pequena ou grande, e sentimo-la como nossa. Pode ter acontecido numa aldeia perdida no meio do nada ou numa grande metrópole. O sentido de pertença, a empatia com as pessoas, a identificação com as coisas, sei lá, tudo o que permite que se diga eu gosto muito da tua terra, ou sinto-me em minha casa em Toledo. J'aime Paris ou j’aime la France et les joueurs d'acordeon. São frases verdadeiras ditas do coração.
E o contrário, adoro a minha terra mas ela detesta-me. Após Kennedy não perguntemos o que a minha terra pode fazer por mim mas o que eu posso fazer por ela.
Há um fenómeno engraçado nesta matéria. Quanto mais fiel e melhor filho se é da Guarda mais ela o desconhece. Podia de memória encher uma página toda inteira com nomes de pessoas com carácter excepcional que a minha terra olimpicamente ignora. Terá isto a ver com o facto de arranjarmos quase sempre dirigentes que nos foram impostos ou importámos, filhos adoptivos, cucos, aves de arribação, aves palrantes, semelhante fauna ou outros que o valham? Não é não senhor. Além de ninguém ser profeta na sua terra é necessário entender que nenhum filho faz nada de mais à sua mãe, e nenhum bom filho é tão recomendado como o seu pior irmão. As mães protegem mais os frágeis e acham que os grandes são grandes, não precisam nem de aplauso nem de publicidade.
Assim eu acreditasse…
Sabem o que é ser-se estrume para umas quantas flores florirem

1 comentário:

E disse...

Concordo que existem muitas coisas boas a acontecer na Guarda e que não são devidamente publicitadas.

E que os verdadeiros promotores e criadores de riqueza material e cultural da nossa Cidade geralmente são menosprezados.

Mas nesse caso porque não começar a nomear um por um os Guardenses mais ilustres do nosso tempo, com uma pequena biografia a acompanhar?